Por Juscelino Ramos, estudante de Jornalismo da UFC
É, pois é... Tudo, um dia, chega ao fim. Em alguns casos, até um pouco mais cedo. Foi o que aconteceu com 190 milhões de brasileiros, hoje. A casa desabou, o mundo caiu, a taça se esvaiu pelos nossos dedos. O que fazer, então?
Na verdade, é difícil querer achar um culpado. Meu pai diria que o profissional é treinado para não errar, que é inadmissível que um jogador perca um pênalti, ou erre um saque, ou não acerte um lance livre. Efetivamente, todos são humanos e, por isso, estão sujeitos a errar. Encontrar um culpado por hoje é impossível. Logicamente, uns e outros terão suas mães ofendidas sem justa causa. A ofensa materna reina nos esportes, o que é, de certa forma, prejudicial, tendo em vista que, sem elas, não haveria esportes. Todavia, não fujamos do assunto.
Hoje o Brasil pode não ter jogado bem (ao menos no segundo tempo), podemos ter sofrido gols nos únicos lances de bola parada que pudessem oferecer algum real perigo, podemos ter sido alvos de pé frios que atazanaram a vida de alguns times até o corrente momento; mas analisemos algum suposto lado positivo, também. A torcida apoiou até o final. Arbitrariedades à parte, a seleção brasileira teve uma de suas melhores preparações para Copas do Mundo. A tecnologia reinava absoluta, tudo foi meticulosamente calculado para que, ironicamente, não houvesse erros. Ao contrário de quatro anos atrás, farras foram inibidas e um comprometimento total com a competição submeteu os jogadores a uma concentração que proibia qualquer deslize.
Então onde foi que erramos? Certamente, 190 milhões de opiniões diferentes serão dadas. Daqui alguns anos, outras especulações acerca do dia de hoje serão estabelecidas, assim como, até hoje, há quem culpe Roberto Carlos por “ajeitar o meião” em 2006. O fato é que, felizmente, não deixamos de ser brasileiros após essa derrota. O que aqueles 23 jogadores (e todo mundo que andava naquele “ônibus lotado”) fizeram foi dar o máximo pelo seu país. Representar uma nação inteira, ainda mais uma como o Brasil, não é fácil. Dar o sangue em uma competição internacional como a Copa do Mundo merece, sim, um digno reconhecimento, independente de resultado.
Deveriam voltar para casa de cabeça erguida e serem recepcionados como guerreiros que foram. Não deu para trazer a estrela? Tudo bem. Guarda-se um pouco da vontade e se acumula até 2014 para que ela fique maior, transbordando nos corações e na ânsia de toda essa família verde e amarela que é, sem dúvida, a mais bonita do mundo, pois joga, grita, torce (xinga, até), mas está sempre junto, acompanhando todos os passos da amarelinha.
Valeu, Brasil!
Foto: Getty Images
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ResponderExcluirMais textos esportivo-literários no Esporte in Notícia! Parabéns, Juss, também fiquei com uma vontade de me expressar pós-derrota, mas acabei deixando morrer o que poderia ter se tornado arte.
ResponderExcluirFica a dica, então, Danilo... deu vontade de escrever, pega o lápis e o papel e vai fundo! \o/
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