
O colunista da revista Veja, Lauro Jardim, afirmou nesta quarta-feira (14) que a Câmara de Vereadores de São Paulo pretende contrariar o ato do prefeito Gilberto Kassab, que vetou o projeto de lei que proibia o término de partidas de futebol realizadas na capital depois da 23h15min. Lauro disse que a Câmara vai continuar pressionando para que o processo seja aprovado.
A verdade é que tudo que existe em nossa sociedade está rodeada por interesses particulares. No futebol, isso não é diferente. A aprovação desse projeto obrigaria a Rede Globo a mudar sua grade de programação, algo que não acontece há muito tempo. Prejudicar uma emissora que possui tanta influência sobre a sociedade é algo que muitos políticos, empresários e cartolas não querem. Além dos interesses políticos e econômicos, eles sentem medo de contrariar a emissora.
Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), é contra essa determinação de horário. Ele afirmou que a lei obrigaria a transferência dos jogos da capital para o interior. Isso torna evidente que os interesses privados de uma rede de televisão estão muito à frente da vontade do público, pois tirar o direito dos torcedores de irem aos jogos do time de sua cidade para não interferir na programação da Globo é algo absurdo.
A única preocupação dos que impedem a aprovação dessa lei é discutir o que é mais rentável para os clubes: a cota paga pela Globo ou a renda gerada pelos torcedores que vão aos estádios? Nunca vão questionar se os torcedores que frequentam os estádios se sentem incomodados com os horários da partida, pois o lucro é bem mais relevante para os “Donos da Bola” do que os interesses da sociedade.
O que a mídia e os cartolas não podem fazer é cobrar que a torcida assista aos jogos em paz e que não briguem com torcedores adversários, pois como disse Oliver Seitz, pesquisador do PhD em Indústria do Futebol da Universidade de Liverpool, quem é tratado como animal, age como animal. Portanto ninguém pode exigir que os torcedores não se comportem como animais, já que a classe que domina o esporte os tratam assim.
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